sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O QUE EU SEI


Um dia eu verei Jesus. Nesse instante todos os mistérios serão revelados, todos os dilemas resolvidos, toda as buscas finalizadas. Quando isso acontecer, entenderei quem sou, me verei como Ele me vê. E perceberei que Ele sempre me viu através da Sua Graça, então não temerei saber-me completamente nu, sem máscaras, sem esconderijos e ainda assim sentirei paz, alívio, amor.

Descobrirei que assim É, porque sempre foi. O que será já É. Entenderei que todo meu esforço por construir uma vida de sucesso não tem o menor sentido diante do que É eternamente. Meu nome, minha história, minhas conquistas e derrotas não farão a menor diferença, pois quando o encontrar Ele me dará um novo nome, o de minha identidade verdadeira, que não é medida por minha história.

Concluirei que boa parte de tudo ao que dei valor, nada será diante da existência em comunhão plena com Ele. Desfrutarei de toda a Criação plenamente, em comunhão integral com ela. E não mais seremos inimigos, eu da terra, eu de meu corpo, eu da vida. Todos seremos um só, como um só sempre fomos, adoecidos por esta existência marcada pelo caos. Fonte de água saciará a sede. Flores e frutos sararão as feridas. Comerei da Árvore da Vida. Andarei em ruas feitas do ouro que se tornou o objeto de tanta guerra, morte, desigualdade entre os homens e que tanto mal fez à Natureza. Tudo por vaidade. Nossa vaidade aqui, é apenas o que pisamos lá.

E sei que qualquer tentativa de imaginar esta vida eterna será diminuta diante do que realmente ela é. Ninhuém viu, ninguém ouviu, jamais o coração humano deu conta de definir com precisão. Por isso diminuo a importância do que meus olhos limitados conseguem enxergar, do que meus ouvidos ruidosos conseguem ouvir, do que meu coração enganoso consegue perceber.

Prefiro o que sei. E sabendo, anseio como quem deseja água no deserto.

©2010 Alexandre Robles

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